O ex-governador do Estado Sérgio
Cabral (PMDB) foi condenado a 45 anos e dois meses de prisão no âmbito da
Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato. Quem proferiu a sentença foi
o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro nesta quarta-feira
20 de setembro. Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, foi condenada a 18 anos e
três meses e vai começar a cumprir a pena em regime fechado.
Sérgio Cabral teve sua pena calculada
com base nos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação
criminosa. Ele já se encontra preso no complexo penitenciário de Gericinó, em
Bangu, zona oeste do Rio, desde novembro do ano passado. No processo em
questão, Cabral já era acusado de um gigantesco esquema criminoso no âmbito da
Petrobras, o que foi descoberto por meio de colaboração premiada entre a PGR
(Procuradoria-Geral da República) e executivos das empreiteiras Andrade
Gutierrez e Carioca Engenharia.
Na acusação atual, o juiz Bretas escreveu
que o ex-governador “vendeu a empresários a confiança que lhe foi depositada
pelos cidadãos do Estado do Rio de Janeiro, razão pela qual a sua
culpabilidade, maior do que a de um corrupto qualquer, é extrema". Contando
com esta, já é a segunda vez que Cabral é condenado pela Justiça Federal. Em
junho deste ano, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba,
determinou a pena de 14 anos e 2 meses de prisão em regime fechado na operação
Lava Jato. Os crimes foram de corrupção e lavagem de dinheiro.
Mulher também é condenada
Foi condenada na mesma ação, a mulher do ex-governador. Adriana Ancelmo
pegou 18 anos e três meses de prisão. Ela foi acusada de lavagem de dinheiro e
associação criminosa. O juiz Bretas disse que Adriana, "ao lado de seu
marido, usufruiu como poucas pessoas no mundo os prazeres e excentricidades que
o dinheiro pode proporcionar, quase sempre a partir dos recebimentos que
recebeu por contratos fraudulentos celebrados por seu escritório de advocacia,
com o fim de propiciar que a organização criminosa que integrava promovesse a lavagem
de capitais que, em sua origem, eram fruto de negócios espúrios". Bretas
disse ainda que não raras vezes Adriana desfilou com pompa ostentando o título
de primeira dama do Estado do Rio de Janeiro, na mesma época em que recebia
vultosas quantias desviadas dos cofres públicos, com lastro em documentos
forjados para dissimular a origem ilícita."
Mais condenados
No mesmo dia, foram condenados: os
ex-secretários de Estado na gestão Cabral, Hudson Braga e Wilson Carlos; Carlos
Miranda, um operador que carregava dinheiro para Cabral; Carlos Bezerra, outro
operador financeiro de Cabral, Wagner Jordão, ex-assessor da Secretaria Estadual
de Obras do Rio de Janeiro; Paulo Pinto e José Orlando, amigos de Cabral; o
empreiteiro Luiz Paulo Reis; Carlos Jardim, empresário do ramo hoteleiro em
Angra dos Reis e o empresário Luiz
Alexandre Igayara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário