domingo, 20 de março de 2016

Artigo - AO GESSO DAS IDEOLOGIAS POLÍTICO-PARTIDÁRIAS


Ideologia político-partidária não é time. Exige uma postura bem mais séria, equilibrada e distinta. Supera essa questão vulgar do "vencer,vencer, vencer, uma vez isso, isso até morrer". O partido político de nossa simpatia não é o melhor, independente dos que o lideram ou dominam. O da simpatia do outro não é o pior, também independente dos que o lideram ou dominam. 
Votei, mais de uma vez, nessas figuras que hoje afundam este país, porque apostei em suas trajetórias até então. E o país estaria mesmo bem melhor, se tais trajetórias não tivessem mudado com os ventos e a sedução do poder desejado e perseguido por anos e anos. E gostei das ações iniciais do grupo, ao ponto extremo de lhe dar novos votos de confiança, mesmo quando ele começou a me decepcionar com a preguiça, depois a má fé, mais tarde a corrupção desenfreada que deu no que deu. Mas, como ideologia político-partidária não é time, e como não tenho medo de mudar de postura nem de retirar o gesso de minhas opiniões antes que endureça, consegui me permitir a indignação contra o que essas figuras estão aprontando no poder.
Quando mudei, não foi porque alguém mandou. Nem porque outros discursos me convenceram. Mudei de acordo com o que vi e vejo; senti e sinto; vivenciei e vivencio. A mídia também não me fez mudar, porque nem precisa; basta o meu entorno. Bastam os efeitos notórios de tudo o que acontece país adentro e faz vítimas incontáveis em minha comunidade, meus familiares, amigos e alunos com os quais convivo diariamente. Neste aspecto, a mídia não traz novidades para mim.
Vejo, através de gravações, filmagens e outras provas entre legais e ilegais, o que só confirma conclusões bem minhas. Aplaudo essas provas, mesmo ilegais, como seria grato à pessoa que, por meios tortos, conseguisse me apresentar uma filmagem que provasse, de forma irrefutável, quem foi o assassino de um ente querido meu. O assassino seria um assassino, independente da ilegalidade ou não, dessa prova. Ela continuaria sendo prova, só que, não válida diante da justiça.
Quero dizer que admiro o juiz que liberou para os meios de comunicação, mais como cidadão do que como juiz, áudios e imagens que revelam contundentemente o mau caráter de tantos políticos, entre eles o mais querido pela população brasileira, porque se tornou um mito. Nenhuma dessas personalidades desmentiu os conteúdos de tais recursos, mas todas deram explicações esdrúxulas, sem cabimento, que nem quem quer acreditar acredita, mas quem quer fingir, para manter "a personalidade", finge que acredita. 
Como tudo o que se apresentou é verdade, a sonhada ilegalidade das provas não as descaracteriza como provas; apenas como provas legais. Logo, é tudo real, mas quem ama o Lula, a Dilma, o Aécio, a Marina e todos os mais, além de suas legendas, mais do que ama a própria família, quer que todos sigam impunes, até que por atos também ilegais e mesmo criminosos, os grupos consigam se safar.
As provas, ilegais ou não, porém provas, apresentadas à mídia, que cumpriu o seu papel de as divulgar, tiram definitivamente da ignorância sobre os bastidores podres da política nacional, quem quer de fato sair. Só quem quer. E acho que, se o judiciário não puder atuar a partir dessas provas, o povo tem mesmo que fazê-lo, como está fazendo: por meio de passeatas e outras formas de protestos, exatamente como o PT e seus parceiros sempre fizeram, quando o poder estava do outro lado.
E quero defender o povo, que está sendo execrado por alguns intelectuais petistas e de legendas similares, com esta simples observação: não é por querer Lula e Dilma longe do poder público no Brasil, que o povo quer o Aécio e similares. Isso tanto é verdade, que quando Aécio e outros espertinhos tentaram se incorporar aos protestos contra Lula e Dilma, foram hostilizados e expulsos, como tinham mesmo que ser, como aproveitadores que sempre foram, de momentos assim.
Mudei e continuarei mudando, não de ideologia pessoal, pois esta será sempre a mesma em minha consciência; em meu desejo de um país melhor. Mudarei sempre de preferência por este ou aquele representante político que me representar mal. Seja ele quem for. Amo o meu país, minha gente, meus iguais, e até meu time, mais do que a qualquer partido político e seus caciques.
Repito: ideologia político-partidária não é time. Ao invés de "uma vez isso, isso até morrer", a depender de como seja isso, a música troca de letra: "uma vez isso, isso nunca mais". Digo ainda que, se os "outros" que até então governavam também se corrompiam, roubavam e mentiam para o povo, não votei nestes para que tenham sua vez de fazer o mesmo. Sobretudo, de formas tão descaradas. Votei em pessoas que em minha esperança governariam e legislariam de forma inédita. Honesta e comprometida com o bem. Como se mostraram piores, não os quero nem quero voltar aos que se foram. Continuarei procurando e crendo que o futuro ainda possa parir políticos que o passado e o presente sonegaram.
Meu artigo não classifica os opostos como idiotas, coxinhas ou analfabetos; nem mesmo os analfabetos, entre os quais muitos podem me dar lições de política, pela vivência que têm. Que os intelectuais parem de mandar os mais simples lerem; que pobres e ricos tenham pleno direito a suas opiniões, e nenhum cidadão de bem se torne desafeto do outro por causa daqueles lá. 
Não quero chegar à conclusão de que a democracia, tão sonhada por todos nós, é na verdade a ditadura da esquerda.

Um comentário:

  1. Belo artigo.

    Infelizmente, a grande maioria não tem o mesmo pensamento e é aí que mora o perigo.

    Tenho muito receio de uma batalha campal que se aproxima pelo andar da carruagem.

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