ARTIGO - PROXIMIDADE DE MEGAEVENTOS ESPORTIVOS EXPÕE RACISMO NO BRASIL

O Brasil poderia promover campanhas contra o racismo

Eloisa Gabriel dos Santos*

Os grandes eventos esportivos no Brasil, além de apresentarem problemas com infraestrutura, organização e descontentamento de grande parte da população, começam a preocupar devido a recentes casos de racismo no futebol brasileiro. Nas últimas semanas, jogadores brasileiros foram vítimas de ofensas racistas em estádios de futebol. Bananas foram colocadas no carro do árbitro Márcio Chagas da Silva, no Rio Grande do Sul; já o jogador Arouca, do Santos, ouviu gritos de “macaco” durante partida no interior de São Paulo. Dias atrás, no Paraná, o apresentador de um programa esportivo foi afastado da emissora após fazer ofensas racistas a um colega.

O Brasil poderia aproveitar a proximidade dos eventos para promover campanhas contra o racismo, passando, principalmente, pelas crianças e escolas, além de sancionar punições mais severas e fazer funcionar as leis para esse tipo de crime. Esses eventos esportivos deveriam deixar um legado sociourbano e socioambiental positivo para as cidades que abrigarão os jogos, mas principalmente para a sociedade, de modo que sejam garantidos os direitos humanos, civis, políticos, sociais e culturais.

É evidente que ainda temos muitas resistências, mas a população negra, por meio de debates públicos e diálogo com todos os segmentos, pretende combater o racismo e as diversas formas de discriminação, exigindo do poder público, das federações de futebol e da sociedade em geral mais ações nesse sentido. Nosso posicionamento é o de lutarmos diariamente contra todas as formas de racismo e discriminação, pois temos um grande compromisso com a liberdade e a justiça social, valores contidos em nosso projeto ético-político e profissional e em nosso Código de Ética.

* Eloisa Gabriel dos Santos é presidente do CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL – CRESS 9ª REGIÃO/SP

Do site Pauta Social