Antônio Seixas
A igreja de Nossa Senhora da Guia de Pacobaíba, construção
religiosa datada de fins do século XVII e início do século VXIII, possui o
programa arquitetônico mais elaborado da região do recôncavo da Guanabara,
composto, além da nave/coro, de capela-mor, sacristia, torre, capelas laterais,
alpendre lateral e batistério.
Segundo Urbano Zilles, o batistério é "o lugar sagrado
destinado à celebração do batismo. Costuma situar-se na entrada da igreja
porque o batismo é o primeiros dos sacramentos, ou seja, a porta de entrada na
igreja" (Significado dos símbolos cristãos 2001, p. 63).
Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
(INEPAC), em março de 1989, a Igreja de Nossa Senhora da Guia de Pacobaíba
guarda em seu batistério uma pia batismal em granito, com base em alvenaria,
medindo 40cm de altura e 87cm de diâmetro, datada do século VCII, muito
provavelmente ligada ao início da construção da igreja.
Com o século VI impôs-se o costume de emergir o batizando ao
invés do banho batismal, donde surgiu do costume das pequenas pias de batismo.
Segundo ainda Urbano Zilles, "quando começou a predominar a praxe de
batizar crianças, o batismo passou a ser ministrado por infusão.
Consequentemente os batistérios assumiram formas mais reduzidas até chegar a
atual forma da fonte batismal, acomodada numa pequena capela ou num canto da
igreja" (obra cit.,2001, p.64).
Na simbologia cristã, a pia batismal, assim como a pia da
água benta, representam as "águas" da Gênese em que o Espírito de Deus
pairava para operar a criação. E é em referência a essas águas que o batistério
ou a pia de água benta possuem o poder de operar uma regeneração, uma
recriação, afirma JEAN HANI (O simbolismo do templo cristão, 1981, p.81).
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