quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O FIM DO FIM DO MUNDO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Zero hora. Vinte e dois de dezembro de 2012. O mundo acaba de não acabar, contrariando alardes pontuais mundo afora. Mais uma vez é o fim do fim do mundo e de mais um dia como todos os outros, com nascer e pôr-do-sol. Aliás, o até então derradeiro dia foi um dos mais belos e serenos que vivi nos últimos tempos. Últimos tempos que não foram os últimos.
Prossegue o mundo, que todos os dias acaba para muitos, não porque acaba, mas porque pessoas lhe dão adeus. Porque muitos partem, quiçá para outros mundos que ninguém jamais há de saber se existem, pelo menos enquanto não partir também. Tudo recomeça do fim; todas as formas de vida se manifestam. Daqui a pouco será natal, fim de ano, de novela, namoro, casamento, fim de festa ou de solidão. Menos fim do mundo.
Pelo menos nos próximos milênios, não teremos a bênção de morrer todos juntos. Continuaremos a enterrar nossos mortos. A sentir saudades dos que se foram. Perder pessoas queridas para não se sabe qual dimensão. O tão temido fim do mundo nos pouparia de muitas dores e tristezas. O caos dessa possível data não seria maior do que o vazio que nos habita, quando sobrevivemos a uma grande perda.

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