terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

DEMÉTRIO SENA EXPÕE SUAS POESIAS FOTOGRÁFICAS

A GENTE SE VIU POR AÍ é o título da exposição de fotografias do escritor Demétrio Sena (foto à esquerda), que andou arriscando nas imagens e parece ter dado certo. faz poucos anos que Demétrio fotografa, e já tem em seu currículo inúmeros books realizados em várias cidades do Rio de Janeiro, participações em exposições coletivas e um trabalho respeitado em sites especializados de fotografia. 
Na exposição, que foi realizada na Fundação educacional e Cultural de Magé, na Rua da Matriz Nossa Senhora da Piedade, Demétrio Sena mostra uma série de fotografias de pessoas, em seu dia a dia ou em momentos inusitados, fotografadas quando menos esperavam. Isso resultou em expressões interessantes e leituras diferenciadas de rostos e gestos. Ele conta que foi uma trabalheira fotografar pessoas desapercebidas, algumas que ele não conhece, e depois ir atrás delas, para pedir permissão para expor. "Três pessoas não consegui contatar", conta ele, que assumiu o risco de expor assim mesmo, já que se trata de fotografias respeitosas em seus contextos e ângulos.
O REDATOR fez algumas perguntas, para conhecer melhor o fotógrafo que até então é muito conhecido nas cidades de Magé e arredores, mas como escritor.

REDATOR - Como se iniciou essa história de fotografar, até chegar ao ponto de participar de exposições, ganhar espaço nos sites especializados e agora expor individualmente?

DEMÉTRIO - Sempre fui apaixonado por imagens, mas a escrita, minha principal atividade, me absorve quase totalmente, além de meu trabalho como arte-educador, que me leva para muitas vertentes em forma de oficinas e realizações de eventos para estudantes.

REDATOR - Sabemos que você faz muitos books, e que a cada novo trabalho surgem outros, por conta da boa impressão causada pelos anteriores. Que tipo de trabalhos você faz, no tocante aos books?

DEMÉTRIO - Álbuns infantis, noivas, debutantes, bastidores entre outros... só cubro eventos como casamentos, aniversários e batizados. Os eventos não permitem a criatividade que gosto de exercer.

REDATOR - Você fotografa nus?

DEMÉTRIO - Sim, fotografo, mas tenho alguns critérios que não têm nada a ver com lei, e sim, com a ética. Para fotografar, por exemplo, uma mulher nua ou em trajes sensuais é preciso, para mim, que ela tenha pelo menos trinta anos de idade, aceite a companhia de uma maquiadora já madura, que me atende nestas ocasiões, e não confunda fotografia com programa.

REDATOR - Mas, por que tantos critérios?

DEMÉTRIO - Sou uma pessoa de muitos cuidados com jovens; sou amigo, trato bem, mas tenho certas reservas, por acreditar que a mente jovem é muito moldável por pessoas mais vividas, e isso às vezes é pernicioso. Com as pessoas maduras sou diferente. Permito aprofundamentos de amizade, me torno quase totalmente sem cerimônia, em havendo confiança mútua, e acredito em suas visões tão amplas quanto à minha, de mundo e vida. No mais, inclusive nas questões profissionais, acho que só depois de certa idade, uma pessoa tem certeza e segurança de que deseja se expor dessa forma, à lente de uma máquina fotográfica. Também acho que um homem na minha idade, 55 anos, parecerá um velho babão sobrevoando uma jovenzinha, caso a fotografe. É uma visão minha, não estou julgando outros profissionais. Quanto à companhia da maquiadora, se a pessoa a ser fotografada, além de ser madura, for amiga de muitos anos, dentro do contexto que citei acima, portanto, de total confiança e sem nenhum histórico de tentativas de romance, dá para dispensar tal companhia. Caso contrário, não.

REDATOR - Seu equipamento fotográfico é de última geração? Você se considera um fotógrafo de alta qualidade profissional?

DEMÉTRIO - Meu equipamento fotográfico é modesto, mas me obedece bem. As pessoas que fotografo gostam de meu trabalho não pela técnica simplesmente, mas pelo meu olhar, os ângulos que aprendi a explorar, e acho que, a poesia de minha fotos. Sou poeta, mais do que fotógrafo, e procuro pôr poesia em minhas imagens, para que as firulas tecnológicas fiquem em segundo plano. Acho que é por aí: as pessoas gostam da poesia de minhas imagens.

REDATOR - A que se deve, além de seu talento, a exposição A GENTE SE VIU POR AÍ? 

DEMÉTRIO - Olhe, rapaz; eu não tenho como deixar de citar a artista plástica Sônia Monteiro, que sem qualquer interesse pessoal foi à fundação, conversou sobre mim com a Cristina Bastos, presidente, e nem fez menção de aparecer ou protagonizar o evento. Daí surgiu o convite da Fundação Educacional e Cultural de Magé. A Cristina, um amor de pessoa, me recebeu com carinho, respeito, valorizou meu trabalho adequadamente, não enrolou em nenhum momento, e tudo decorreu fluentemente. Foi o primeiro membro do poder público mageense que me acolheu bem, e tão bem, com tanta deferência, que fiquei desconsertado. E a Bianca Santana, outra artista plástica, vem me convidando faz tempo, a expor em Teresópolis, mas ela não dispõe de meios para assumir esse sonho. Acho que agora, com as fotos posteriormente cedidas pela fundação, poderei, em pouco tempo, atender ao carinho e ao interesse da Bianca pelo meu trabalho.

REDATOR - Como é a exposição?

DEMÉTRIO - É bem simples, em seu aspecto físico; sem luxo. Mas bem aconchegante. O tratamento do ambiente ficou por conta de um grande artista, o Josias, que trabalha na fundação, e o apoio da assessoria de Cristina, que é toda formada por pessoas comprometidas em dar o melhor de si por qualquer missão que lhes é atribuída.

Inauguração: 15 de fevereiro, 10h. Exposição por tempo indeterminado. Abaixo, algumas fotos que compõem a mostra.







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