terça-feira, 23 de agosto de 2016

POR CAMPANHAS ELEITORAIS LIMPAS

As mudanças nas regras eleitorais válidas já na campanha deste ano têm levado candidatos em todo o país a apostar na internet como meio para driblar as restrições e falta de dinheiro, sobretudo no caso dos candidatos a vereador. Salvador é um bom exemplo do campo de batalha que se tomaram as redes sociais, sobretudo o Facebook. Tem sido comum receber no smartphone a notificação de que algum deles ‘está ao vivo agora no Facebook’.
O Twitter também é muito explorado. Novidade ainda maior no meio eletrônico, o WhatsApp (serviço de troca instantânea de mensagens de texto) tem sido também grande aposta entre os candidatos às 43 cadeiras da Câmara Municipal de Salvador, sobretudo pelos que já têm mandato e buscam se reeleger.
Mas há que se ponderar o volume e o conteúdo do material divulgado pelos políticos e por suas respectivas equipes de campanha. Pelo menos é o que avalia o Jorge Almeida, professor de Ciência Política e doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Em entrevista à Tribuna, ele afirmou que para ter boa aceitação dos receptores de seu material de campanha, os candidatos devem saber exatamente direcionar suas propostas (expressas nos materiais gráficos publicados nas redes e enviados pelo WhatsApp) para seu público-alvo. “Mesmo na internet, que é um campo livre, não é somente pegar as coisas e divulgar de qualquer jeito.
Na campanha para vereador, geralmente o candidato foca em bairros e regiões da cidade e em seus círculos sociais, e aí a gente tem diversos segmentos da sociedade (mulheres, negros, religião, meio ambiente etc.). Eles têm de trabalhar o receptor de sua mensagem de maneira mais focada”, afirma Jorge Almeida.
Para ele, volta a ganhar a força entre os candidatos a vereador o corpo a corpo com o eleitorado. O especialista também avalia que, de fato, a tendência é a internet se consolidar gradativamente como meio fundamental de comunicação para campanhas no Brasil, inclusive por causa das limitações impostas pela nova legislação eleitoral vigente, como proibição de doação de dinheiro por empresas. “
“Rádio e TV terão maior impacto”
 Mas Jorge Almeida pondera que para a campanha dos candidatos a prefeito (não apenas em Salvador, mas em todo o país), a propaganda no rádio e na televisão ainda terá maior impacto. “A internet, volto a dizer, tem consolidada sua importância no processo eleitoral, mas ela sozinha não é suficiente para determinar o voto. O candidato a prefeito tem mais tempo no rádio e na televisão para defender suas propostas e se defender dos ataques dos adversários, e esses dois meios de comunicação ainda são predominantes na sociedade brasileira”.
O especialista avalia também que uma velha conhecida da política brasileira continua tendo seu “papel de peso” nas campanhas: a máquina pública. “O poder de campanha determinado pela máquina pública também vai continuar a beneficiar quem a tem na campanha. O aparelhamento da política brasileira ainda tem seu papel com o poder econômico da máquina pública no processo eleitoral”, afirma Jorge Almeida.
Íntegra do portal Tribuna da Bahia

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