Moradores do bairro Barbuda, entre outros que sofrem do mesmo problema em Magé, resolveram tomar uma atitude contra por causa da escassez. Este é um problema que se arrasta, entra ano sai ano, com promessas de todos os lados, especialmente do prefeito, mas a resolução nunca chega. Por isso, a população interrompeu o tráfego de veículos por várias horas, na altura do km 20, nos dois sentidos, da BR-393 (Magé-Manilha), na tarde de quarta-feira, dia 14, com promessa de continuidade até que haja uma resposta convincente das autoridades. Os manifestantes estão revoltados, porque há mais de dois meses não cai água regularmente nas caixas, e há mais de 15 dias as torneiras secaram. Não cai uma só gota. A crise do abastecimento de água é constante na região, mas agora está se agravando mais ainda, e levando a população ao limite.
Gritando palavras de ordem e exigindo água, os manifestantes atearam fogo em pneus, galhos de árvores e até em velhos carros. No início da noite, a via ainda estava bloqueada por policiais rodoviários e militares. Eles tentavam negociar a abertura da estrada, e ouviam queixas de todos os envolvidos na manifestação. Populares disseram que não há água nem para cozinhar, e os poços artesianos não podem ser cavados porque a água é muito salobra. Um oficial do 34ª BPM chegou a ir à sede da Cedae, mas o funcionário da empresa responsável pelo abastecimento na localidade já havia ido embora. Enquanto isso, foram fechados mais de 15 quilômetros, nos dois sentidos da rodovia.
A Cedae informou à imprensa que a redução na oferta de água em Magé teria como causa a longa estiagem que se agravou por falta de chuva constante nos últimos dois meses. Disse, fará manobras na rede de abastecimento visando aumentar as pressões e reduzir as flutuações no sistema para normalizar o fornecimento de água. Também anunciou que está investindo R$ 50 milhões para melhorar o sistema de distribuição, e que as obras de construção de uma nova rede de captação do Rio Roncador, que banha o município, já foram iniciadas e devem ser concluídas em 20 meses. Trata-se de uma promessa que se repete há muito tempo e a população já está cansada de acreditar. Pode ser que as autoridades contenham os ânimos, mas apenas por enquanto, pois cada dia é mais forte a revolta popular contra esse e outros desmandos em Magé.
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