segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

MESMO ASSIM, FELIZ NATAL

A edição em papel do REDATOR deste mês não teve cara de Natal. Quando fechamos a edição, mais um escândalo de corrupção na Petrobrás se anunciava na tevê, tornando cada vez mais próxima a falência do mais importante patrimônio do povo brasileiro. Na mesma edição, estampamos na capa uma reportagem sobre a devastação de Bongaba, com desmatamentos e queimadas livres; sem qualquer repressão do poder público municipal, bem como dos órgãos estaduais e federais responsáveis por este setor. Nossa redação estava constrangida e sem inspiração para redigir textos bonitos, iluminados, plenos de cristandade. 
O Município de Magé também atravessa uma fase crítica, de muitos desmandos e quase nenhum progresso. O povo está insatisfeito com a precariedade na saúde, na educação, na segurança, e com o caos no setor de transporte coletivo, por contar apenas com uma empresa, a tal da Iluminada, que "é a treva", e faz o que bem quer na cidade: não cumpre horários, circula com frota muito aquém do necessário, tem seus ônibus sempre superlotados, passageiros humilhados, especialmente os idosos e portadores de necessidades especiais. Além de tudo, com  cobrança de valor indevido, uma vez que a tarifa de R$ 2,80 é para ônibus com aparelho de ar condicionado funcionando. Perguntamos lá e cá: que poder é esse? O que faz com que a Iluminada não sofra qualquer tipo de fiscalização? Que "fechamento" é esse, que a livra de punições pelos abusos cometidos contra a população?
Se andarmos por toda a cidade de Magé, veremos os mais flagrantes abusos: calçadas ocupadas por carros ou outros itens inadequados, impedindo o direito de ir e vir dos pedestres; à noite, o excesso de barulho nessas mesmas calçadas, por carros com sons potentes e ligados em volume máximo; mesas espalhadas e pessoas agressivas que não gostam quando os passantes resolvem enfrentar a multidão e não dar a volta pela estrada. Tudo isso impunemente. 
E agora? Como falar em feliz natal e esperanças de um ano melhor? Falando. Desejando. Sonhando com isso, mas, desanimados. Ainda assim, tentamos reerguer a esperança, e desejamos a cada mageense um fim de ano feliz em família. Uma noite de natal de reencontros e abraços verdadeiros. A renovação dos laços familiares e de amizade. Esses valores são os que não se perdem nos corações humanos. No mais, fica o sonho de vencermos pela lei, pela justiça e quem sabe um dia pelo voto, a sonegação do nosso direito de cidadania. Tem que ser assim, porque o poder público só tem engenhos. Não tem coração. 

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