terça-feira, 12 de agosto de 2014

MAPA CULTURAL DO ESTADO IGNORA PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE MAGÉ

No ano de 2011, com o patrocínio da Petrobrás, a Secretaria de Estado de Cultura deu início ao projeto do Mapa Cultural do Estado. A intenção era mapear os patrimônios material e imaterial, os espaços culturais, a agenda cultural fixa e os grupos artísticos de cada cidade fluminense. Nesse sentido, os responsáveis pelo projeto estiveram nos visitando em 2012, quando foram recepcionados pela Fundação Educacional e Cultural de Magé e pela Academia Mageense de Letras.
Durante um sábado inteiro, a Prof.ª Alcília Brandão, o Prof. Thiago Souza, o acadêmico Alzir Ferreira e este colunista acompanharam as três jornalistas visitando lugares de interesse histórico, como a Estação Ferroviária de Guia de Pacobaíba e o bairro de Pau Grande, onde nasceu o bicampeão de futebol Mané Garrincha.
Quando a versão eletrônica do Mapa Cultural foi lançada, em novembro de 2012, nos causou uma grande surpresa, pela quantidade de equívocos, como a confusão misturando a história do Grêmio Musical Mageense (de Magé) com a da Sociedade Musical Santa Cecília (de Pau Grande), ou ainda o histórico da capela de Santa Ana, do bairro da Piedade, com a foto da fachada da capela de Santa Ana, do bairro de Pau Grande. Ou, ainda, fotos da Estação Ferroviária de Guia de Pacobaíba ilustrando um texto sobre os vestígios do porto da Estrela.
Mas, a coisa ainda poderia piorar. Lançado no mês de junho de 2014, a versão impressa do Mapa Cultural do Estado simplesmente ignorou o município de Magé. Verdadeira enciclopédia cultural, com 416 páginas, apenas uma delas é dedicada a nossa cidade, abordando a trajetória de dona Isabel Cunha, jongueira da praia de Mauá.
Outros municípios tiveram melhor sorte, como Duque de Caxias (com dez páginas), Vassouras (com sete páginas) ou Teresópolis (com seis páginas), até o diminuto município de Varre-Sai ganhou destaque com três páginas. Guapimirim, último território desmembrado de Magé, ganhou duas páginas, destacando o Museu Von Martius e a Capela de Nossa Senhora da Conceição do Soberbo. Por que Magé só teve direito a uma página?
Nossa situação de desprestígio com o governo estadual é tão gritante, que o município de Varre-Sai não possui um único bem tombado, mas teve direito a três páginas para divulgar sua cidade. O Município de Magé possui nada menos que doze bens tombados pelo Estado do Rio de Janeiro, além da 1.ª Estrada de Ferro do Brasil, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Por que o nosso patrimônio histórico ficou de fora do Mapa Cultural do Estado? Pergunto ainda o que fará o Sr. Prefeito Nestor Vidal Neto e a sua ilustre Secretária de Educação quanto a isso? Com a palavra, o poder público municipal.
 Antônio Seixas (da Academia Mageense de Letras)

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