Na avenida
Chile, centro do Rio, devotos de todas as regiões do Brasil e do mundo se aglomeraram à espera do Papa Francisco. O pontífice partiu
de carro da base aérea do Galeão rumo à Catedral Metropolitana. Lá ele trocou de carro, optando
por um jipe aberto. Nem a segurança reforçada por homens
da Polícia Federal conseguiu afastar os mais fervorosos, que faziam de tudo para tocar o papa ou enviar para ele uma saudação.
Discreto, o papa argentino veio ao Brasil para participar da Jornada
Mundial da Juventude (JMJ), que é o maior evento católico do mundo para os
jovens. A multidão de fiéis ocupou as duas pistas e os
gramados laterais da grande avenida, que liga o Rio antigo à Lapa. O espaço era pouco para tanta gente, e os que chegaram mais cedo se espremiam entre as grades de proteção e o
público para garantir lugar privilegiado.
Fiéis brasileiros dividiam
espaço com fiéis de outros países, principalmente latino-americanos. Jovens hasteavam bandeiras de diferentes cores, que representavam as 150 nações inscritas na jornada.Um grupo de meninas uruguaias de entre
18 e 20 anos, veio sem os pais ao Rio, para ver o líder da Igreja Católica e não
conteve a alegria quando o carro com o papa Francisco passou bem perto.
PAPA SIMPÁTICO
Com grande simpatia, o pontífice acenou para a multidão de
fiéis, mas com gestos contidos, característicos de sua personalidade
franciscana. Em alguns momentos, recebeu em seus braços recém-nascidos,
aos quais fez questão de dar sua bênção. À medida que cruzava a avenida, o papa
deixava um rastro de emoção em católicos mais fervorosos. Vários
choraram. Outros optaram por manifestar a fé clamando o nome 'Francisco'
repetidas vezes e cantando cânticos de louvor em um misto de
vozes que incorporava palavras de vários vocabulários. Depois do português, o idioma mais ouvido nas ruas
do centro do Rio era o espanhol, que é língua comum a vários participantes da
JMJ. Entre as dez nacionalidades com o maior número de inscritos, seis são de língua espanhola.
MAS HOUVE PROTESTOS
Depois do percurso na avenida Chile, o papa
seguiu até o Teatro Municipal, de onde foi até a base área do aeroporto
Santos Dumont. Depois entrou em um helicóptero para logo aterrissar no centro de treinamento do Fluminense, ao lado do
Palácio Guanabara, sede do governo do Estado, onde voltou a se encontrar
com lideranças políticas. Do lado de fora, a Prefeitura fez uma operação
para impedir a circulação de veículos nas proximidades do local desde o
início da tarde de segunda-feira.
Ao fim da cerimônia de boas-vindas ao papa, que
terminou com discursos do pontífice e da presidente Dilma Rousseff,
houve confrontos entre manifestantes e a Polícia Militar.
Em meio ao corre-corre, a reportagem da BBC
Brasil viu pessoas feridas. Nas redes sociais, houve relatos de que
alguns manifestantes teriam sido feridos por armas de fogo, mas a
informação foi negada pela Secretaria de Segurança Pública do Rio.
MAGÉ ACOLHE PEREGRINOS
A cidade de Magé acolheu milhares de peregrinos oriundos de diversos países da América Latina. O sexto distrito recebeu grande parte desses peregrinos. Piabetá, Fragoso, Raiz da Serra, Pau Grande e outros bairros estão em festa com a alegria de tantos jovens que vieram para o Brasil com o desejo de ver o papa e receber sua bênção, além de participar dos diversos eventos que fazem parte da JMJ. É a fé unindo povos e nações em busca de um mundo melhor.
Jovens equatorianos acolhidos na Igreja de São Sebastião |
Família Mendes acolhe dois jovens venezuelanos |
Venezuelanos acolhidos por membro da Igreja Nossa Senhora da Aparecida |
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