A edição desta
segunda-feira 27 de março, do site G1 de Rio Grande do Sul traz o relato de uma
lição de vida de um homem de 36 anos, com uma doença degenerativa. Convivendo
com a doença desde criança, ele venceu muitos obstáculos e inventou um teclado
virtual que ajudará muitas pessoas como ele. Cláudio acaba de alcançar nota
máxima na conclusão do mestrado em educação pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Abaixo, a íntegra da matéria veiculada no G1 de Rio de Grande do
Sul.
Com doença degenerativa,
aluno cria teclado virtual e conclui mestrado
(Foto: Luiza Carneiro/ G1) |
Sem acessibilidade, ele passava os intervalos sozinho na sala de aula, pois estudava no primeiro andar e não conseguia descer as escadas para se juntar aos colegas. Ele lembra que só começou a ser aceito e a socializar com os estudantes na 3ª série. “Um professor criou um projeto chamado ‘ajudante do dia’. Foi ali que comecei a ter contato com as outras crianças. Eles me levavam para o pátio e adaptavam as brincadeiras para mim”, lembra, com naturalidade. Na amarelinha, Claudio ajudava a atirar as pedras. Já na corda, os amigos empurravam a cadeira de rodas, assim como no pega-pega. “O pega-pega era a minha brincadeira preferida. Eles me empurravam e muitas vezes caía. Não sabia se chorava pelos machucados ou de felicidade”, disse, arrancando risos de mais de 50 pessoas, entre conhecidos e desconhecidos, que assistiam a sua defesa.
Desenganado desde bebê, a previsão era de 14 anos de vida. As impossibilidades aos poucos foram se transformando em possibilidades para Claudio. Com o avanço da doença durante a graduação de psicologia e a perda do movimento das mãos, sentiu a necessidade de desenvolver algo onde pudesse continuar a escrever textos. Foi dali que surgiu a ideia do Mousekey. “Nos intervalos das aulas, ia para a biblioteca estudar informática”, relembrou. Com apoio da família, desenvolveu o teclado, que funciona principalmente pelo movimento do mouse e cliques, detalha o alfabeto, sílabas, pronomes e sílabas acentuadas.
Após defender dissertação, Claudio é aplaudido de pé (Foto: Luiza Carneiro/G1) |
A mãe Elisa é só elogios. “Tenho seis filhos. Uma delas morreu no ano passado e a outra tem a mesma doença que o Claudio. Estou muito orgulhosa e sempre busquei todos os recursos para eles, seja na saúde ou na educação”, disse ao G1.
Em Esteio, um grupo de amigos se reuniu para assistir ao vivo, em um telão, a banca de Claudio. Para o futuro, planeja patentear o produto e especializar-se ainda mais em um doutorado. “Quero escrever p-o-s-s-í-v-e-l nas histórias de prováveis impossíveis”, finalizou a apresentação garantindo aplausos, em pé, dos admiradores.
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