Informações da agência BBC Brasil , via Google
Um novo estudo sugere que muitos países estão
introduzindo suas próprias leis para combater as mudanças climáticas ou
aumentar sua eficiência energética, apesar das dificuldades nas
negociações de um acordo global para reduzir a emissão dos gases
responsáveis pelo efeito estufa.
A pesquisa, realizada pelo Grantham Institute, da London
School of Economics (LSE), e pela ONG Globe International, indica que 18
das 33 nações avaliadas fizeram progressos "significativos" nos últimos
anos com leis para reduzir o crescimento das emissões de gases
poluentes ou para melhorar a sua eficiência energética.
Além disso, 32 países teriam introduzido alguma legislação relacionada à emissão de poluentes.
Os resultados do estudo chegam em meio à realização da
primeira Cúpula Global de Legislação sobre o Clima, que ocorre em
Londres nesta segunda e terça-feira (dias 14 e 15). Representantes de 33
países devem participar.
Emergentes
Os países emergentes são um dos destaques do documento - entre eles o Brasil.
Os países emergentes são um dos destaques do documento - entre eles o Brasil.
O estudo ressalta o compromisso voluntário do país em
cortar suas emissões de gás carbônico e reduzir em 80% o índice de
desmatamento da Amazônia até 2020.
Ele também chama a atenção, porém, para algumas
iniciativas que vão no caminho contrário desses esforços, como o Plano
Decenal de Expansão da Energia, aprovado em 2008 pelo Ministério de
Minas e Energia, que prevê a expansão das termelétricas alimentadas por
combustíveis fósseis.
Entre outros destaques estão o projeto da China para uma
legislação nacional sobre mudanças climáticas e uma lei aprovada no
México pela qual o país se compromete a cortar em 30% suas emissões de
gases que causam o efeito estufa.
Segundo o relatório, as novas legislações seriam
motivadas por preocupações diferentes em cada país - entre elas questões
como as mudanças climáticas, eficiência e segurança energética e
competitividade. Mas todas acabam produzindo resultados semelhantes: um
crescimento econômico um pouco mais sustentável.
Críticas
Para muitos cientistas e ambientalistas, porém, o ritmo das mudanças ainda é muito lento.
Para muitos cientistas e ambientalistas, porém, o ritmo das mudanças ainda é muito lento.
Até o Banco Mundial alertou recentemente que, com esse
ritmo de progresso político, as temperaturas do planeta ainda podem
subir mais 4 graus Celsius em relação a seus índices pré-industriais.
Os mais céticos também apontam para a diferença entre as
promessas feitas por políticos ou regras estabelecidas por novas
legislações e o que é de fato colocado em prática.
No Protocolo de Kyoto, por exemplo, muitos países se
comprometeram a cortar suas emissões de poluentes, mas alguns desses
países, entre eles o Canadá, simplesmente não cumpriram suas metas.
Um recente relatório de um centro de estudos americano
também dá mais um "choque de realidade" para os mais otimistas nessa
área, segundo Roger Harrabin, analista da BBC para o tema de meio
ambiente.
De acordo com o World Resources Institute, dos EUA,
haveria planos para construir, pelo globo, mais 1.199 termelétricas a
carvão nos próximos anos.
Alerta
A Globe International é uma organização fundada no fim dos anos 80 por parlamentares dos Estados Unidos, Europa, Japão e Rússia com o objetivo de apoiar legislações voltadas para o desenvolvimento sustentável.
A Globe International é uma organização fundada no fim dos anos 80 por parlamentares dos Estados Unidos, Europa, Japão e Rússia com o objetivo de apoiar legislações voltadas para o desenvolvimento sustentável.
Seu relatório admite que as emissões de poluentes ainda
estão crescendo a um nível perigoso no mundo. Mas segundo o presidente
da organização, John Gummer, ex-ministro do Meio Ambiente da
Grã-Bretanha, o progresso em nível nacional dá motivos para algum
otimismo sobre o avanço do tema na agenda global.
"A maré está começando a virar decisivamente no combate às mudanças climáticas, desafio que define este século", disse.
Segundo o relatório da Globe International, essas
mudanças nas legislações nacionais estariam consolidando o uso de
mecanismos para medir as emissões de gases poluentes - um pré-requisito
para um tratado climático abrangente.
Além disso, de acordo com o documento, as ações nacionais
ofereceriam para os líderes mundiais o espaço político necessário para
ir mais longe e mais rápido nas negociações internacionais.
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