O arquiteto Oscar Niemeyer morreu nesta
quarta-feira, 5 de dezembro aos 104 anos. Seu falecimento se deu às 21h55min. no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. A causa foi uma infecção respiratória. O maior arquiteto brasileiro, também de grande prestígio
internacional completaria 105 anos no dia 15 de dezembro. Ele estava
internado desde 2 de novembro deste ano. Foi tratar de um
quadro de desidratação, em sua terceira internação este ano. Entretanto, seu estado de saúde piorou a partir daí. Ele teve hemorragia digestiva seguida de uma piora na
função renal. Na última terça-feira o seu quadro clínico se agravou com uma
infecção respiratória.
Niemeyer era um apaixonado
pela profissão que lhe valeu o estrelato e deixou um legado de obras em todo o mundo. Consagrou-se como um gênio e
ganhou prestígio até mesmo com velhos críticos ferrenhos.
Niemeyer nasceu em 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro. Ao lado do urbanista Lucio Costa, projetou Brasília e saíram de sua mente os prédios do Congresso, dos palácios do Planalto, da Alvorada, do
Itamaraty e da catedral. Mas o seus primeiros trabalhos foram uma
igreja e um antigo cassino às margens da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte.
As linhas inovadoras do templo dedicado a São Francisco fizeram de
Niemeyer um profissional respeitado e famoso no Brasil inteiro. Quanto ao cassino, este foi transformado em um museu de arte
contemporânea, tempos depois.
Niemeyer também espalhou suas
criações no mundo inteiro.Trabalhou com Le Corbusier no edifício da ONU, em
Nova York, idealizou prédios como a sede do Partido Comunista na França, a
Universidade de Constantino, na Argélia, e a matriz da editora Mondadori, na
Itália, em parte durante seu
exílio na Europa. Ele deixou o Brasil em 1966, perseguido pelo regime
militar, e voltou ao país nos anos 1980. Também encantou com construções a exemplo do
Sambódromo, no Rio de Janeiro. Chegou a ser
considerado um dos pais da
arquitetura moderna e um dos maiores expoentes dessa arte no século 20, o
que não quer dizer que teve ma trajetória fácil. Foi duramente
criticado no início, por ser considerado muito revolucionário, o que só o impulsionava cada vez mais.
Só no ao de 1988, já com 81 anos, recebeu o prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura, pelo projeto da
Catedral de Brasília. Em 2007, o arquiteto recebeu a reportagem da BBC Mundo
em sua casa no Rio, na cobertura de um edifício de dez andares em frente à
praia de Copacabana. Da sacada se podia ver uma linda vista do mar e dos morros
do Rio de Janeiro.
Mesmo com a saúde muito debilitada, Niemeyer nunca deixou
de trabalhar, auxiliado por um grupo de arquitetos. Nos últimos anos, dedicou-se a diversos projetos no
Brasil, entre eles um museu na Espanha e um na Itália. Chegou a incursionar na músicajá no hospital, quando pôs letra em um samba dos músicos
Edu Krieger e Caio Almeida. O título, "Tranquilo com a vida", era praticamente um autorretrato do arquiteto, sempre sereno e equilibrado.
Nos últimos dias, seu punho tinha o tremor característico dos anos. Nada que pudesse
abalar o seu legado, firme como a rocha, ou impedir a sua imortalidade.
Niemeyer morreu? Não. Fica na história do Brasil e na admiração de todo o mundo.
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