quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ARTIGO - VOLUNTARIADO EQUIVOCADO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Jamais se permita ser voluntário onde você pretende um dia, por mais distante que seja, ser tratado como profissional. Qualquer instituição que hoje obtém seus préstimos ou desfruta de seus talentos de forma não remunerada sempre o terá como voluntário; amador; figura disponível... colaborador gratuito nos tempos de pouca ou nenhuma verba e também nos tempos de abastança, quando outras pessoas com os mesmos dotes que você ou nem tanto serão contratadas, por boas quantias, para fazerem as mesmas coisas. 
Você há de ser sempre o amigo abnegado, que deixará de ser visto como amigo se vier a reivindicar o mesmo respeito, a mesma distinção, as mesmas regalias que sempre são destinadas aos que nunca doam. jamais colaboram. Não se expõem nem têm tempo a perder com parcerias não rentáveis. Por isso mesmo são respeitados. Tratados com reverência. E quanto mais altos forem seus preços, maior é o respeito; maior é a admiração, ainda que o serviço prestado não seja grande coisa, o que ninguém perceberá: todos estarão focados no currículo quilométrico de pessoas tão bem recomendadas, que poderão fazer ou dizer o que arbitrarem, pois até seus possíveis absurdos serão elogiados ou aplaudidos, além de remunerados.
Deixe para ser voluntário onde a real necessidade clama. Onde o seu voluntariado seja caridade, assistência ou corporativismo social. Onde ninguém leve vantagem enquanto você se doa. Onde não podem remunerá-lo, mas também não podem fazê-lo a outros. Não se julgue melhor nem se permita ser tratado como se fosse pior do que alguém. Seja sempre útil. Às vezes utilizado. jamais usado.

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