segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A SAUDADE QUE MORA NA SANFONA


O sanfoneiro que a foto mostra é um homem cheio de lembranças e saudades de sua terra, no interior de Minas Gerais. Lembranças e saudades que ele afoga executando canções da infância na roça,  no bairro Bananal, distrito de Raul Soares. Natural de Abre Campo, Sebastião Benevino, hoje com 86 anos de idade, foi criado em Raul Soares, onde ajudava os pais na roça e se tornou agricultor em um tempo de muita fartura. 
A sanfona, ele aprendeu a tocar aos 14 anos de idade, através do amigo Nivardo Isidoro, com quem mais tarde animaria as noites de forró em Raul Soares, Ponta Nova, Itabira, Rio Cascar, São Pedro do Ferro, Ouro Preto e Congonhas do Campo, sempre no Estado de Minas. Aventuras que manteve até os 53 anos de idade, quando veio para o Rio de Janeiro, mais precisamente o bairro Fragoso, no sexto distrito de Magé, onde até hoje reside, na Rua "I".
Pegar a sua sanfona e executar as antigas canções, misturadas a canções modernas aprendidas aqui, é uma forma de Sebastião Benevino voltar no tempo e viajar na imaginação até os recantos que ainda moram no seu peito. Ele não vai sozinho; a família e os amigos que o rodeiam adoram embarcar nessas viagens musicais repletas de romantismo, causos, aventuras e uma vontade profunda de começar de novo.
Sebastião Benevino é mais um entre os milhões de brasileiros que deixam sua terra para tentar a sorte e carregam n´alma um turbilhão de sentimentos que os dividem entre as origens e a vida presente, como se fossem cidadãos duplos. Filhos naturais de uma terra e adotivos de outra. São livros que narram histórias ricas em identidades de um Brasil que se faz de todos os Brasis que se estendem por este chão.

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