quinta-feira, 6 de setembro de 2012

HISTÓRIA - JOAQUIM MALLET DE SOUZA SOARES


Antônio Seixas (da Academia Mageense de Letras)

Joaquim Mallet de Souza Soares nasceu em 23 de junho de 1863, no Município de Magé, no então distrito de Guapimirim, e faleceu em Niterói (RJ) a 15 de abril de 1934. Era filho do Barão de Guapi, Joaquim José Ferraz de Oliveira.
Iniciou no Rio de Janeiro o curso de medicina, mas achando-se perseguido por um professor transferiu-se para a Faculdade da Bahia, onde doutorou em 1887. Iniciou a clínica em Niterói, nas farmácias Providência, Santa Maria, Neves e São João, vindo mais tarde a adquirir esta última, a que daria seu nome.
Fundou com Francisco Portela e outros colegas a primeira Sociedade de Medicina e Cirurgia de Niterói em 1897. Foi também fundador da Sociedade Fluminense Protetora dos Animais (1911) e da Associação dos Empregados do Comércio e Indústria de Niterói (1920), e está oferecendo seus serviços gratuitamente. 
Fez política desde os bancos acadêmicos, no Rio e na Bahia, salientando-se na campanha republicana. Em dezembro de 1889 foi eleito membro do primeiro Diretório Estadual do Partido Republicano Fluminense, ao lado de Alberto Torres, Geraldo Martins e outros propagandistas históricos. Em 1892 elegeu-se deputado a segunda Constituinte Estadual. Numa das primeiras sessões apresentou projeto reduzindo de 25 para 10 mil réis a diária dos parlamentares. Alberto Torres negociou com Alfredo Backer a retirada da proposta e ele, revoltado, renunciou ao mandato.
Pioneira entre nós da doutrina social-trabalhista fundou o Partido Operário Socialista, com Alfredo Eugênio George e Bartolomeu Picotis, defendendo a participação direta do proletariado na gestão pública. Para amparar financeiramente os correligionários, em sua maioria trabalhadores de poucos recursos, criou ainda em 1892 a Sociedade Empréstimo Operário.
Radicalizou a postura política, a ponto de exigir que os parlamentares abrissem mão do tratamento de “Excelência”, além de prosseguir na censura aos elevados subsídios e gratificações que recebiam dos cofres públicos. Desiludido com a política fluminense dedicou-se exclusivamente à medicina.

Antônio Seixas é membro da Academia Mageense de Letras.

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