quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

CANETA DE PROGRAMA

Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se você quer ter uma, duas ou novecentas canetas bonitas, caras, de prata ou ouro, então as tenha.  Elas têm lá o seu valor meramente comercial, como servem para você fazer bonito quem sabe um dia, dois, mas nunca novecentos. 
Só tenha consciência de que o preço maior de uma caneta como essas não é o monetário. Você há de pagar bem mais caro no segundo ou terceiro dia, em forma de raiva ou desespero, quando precisar escrever um bilhete urgente ou assinar um contrato muito importante: Nesse momento ela vai falhar... Fatalmente vai falhar.
É por isso que lanço meu conselho a todos os portadores de canetas caras e bonitas: Tenham sempre no bolso a velha e boa esferográfica! Essa caneta escreve até acabar a tinta, sem jamais falhar! Dura mais de novecentos dias e tem a escrita enxuta; fluente; macia.
O único problema da esferográfica é a sua volubilidade, pois ela troca de dono como quem troca de peça íntima. Se agora está com você, no momento seguinte já estará com outra pessoa. Passa de mão em mão sem qualquer pudor, porque não nasceu para ser fixa... É uma caneta de programa.
Seja como for, o fato é que a bichinha rende... Rende mesmo... E não ligue muito ao perder sua esferográfica, tão logo a tenha. Tanto quanto essa vai, aquela vem, sempre sem negar fogo... Quero dizer, sem negar tinta.
As esferográficas estão por aí, oferecidas como só elas: Insinuam-se nos balcões, nos bancos de praças, no meio das autoestradas, nos banheiros públicos, nas mãos dos amigos ou estranhos prestes a esquecê-las conosco...
Ninguém precisa comprar uma esferográfica.

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