sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ALBERTO DE FARIA, BIÓGRAFO DE MAUÁ

Colaboração de Antonio Seixas

Autor da primeira biografia de Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, Alberto de Faria nasceu na cidade de Campos dos Goitacazes, a 5 de agosto de 1865 e faleceu no Rio de Janeiro em 29 de novembro de 1931. Formou-se em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo e destacou-se como líder abolicionista e republicano. Formado, fixou-se em Campinas onde teve banca de advogado com sucesso. Vindo a residir no Rio, prosseguiu na carreira de advogado e foi diretor de empresas comerciais e industriais. Estreou nas Letras com a publicação do livro “Política fluminense” (1900). Como resultado de intensas pesquisas publicou a primeira biografia de Irineu Evangelista de Souza – “Mauá” (1926). Seu filho, Octávio de Faria, foi um romancista que, a exemplo do pai, também pertenceu à Academia Brasileira de Letras. Alberto de Faria teve como genros dois notáveis expoentes da cultura brasileira: Afrânio Peixoto e Alceu Amoroso Lima (Tristão de Ataíde). Eleito para a Academia Brasileira de Letras em  2 de agosto de 1928, ocupou a cadeira n.º 39 (patrono: Francisco Adolfo de Varnhagen), na sucessão de Oliveira Lima, sendo recebido em 12 de dezembro de 1928 pelo acadêmico Hélio Lobo. Sobre a primeira biografia de Mauá, Capistrano de Abreu confidenciou a seu amigo João Lúcio de Azevedo, em carta guardada na Biblioteca Nacional: “O livro sobre Mauá tem muitas novidades e é contribuição preciosa para a história do Segundo Reinado.” O historiador Rodolfo Garcia observou sobre o trabalho de Alberto de Faria: “Quando se dedicou a estudar a vida de Mauá, esse grande homem era página virada na memória das gerações modernas: os documentos sobre ele eram escassos e esparsos; enorme havia de ser o esforço do pesquisador para reuni-los. Na devida escala, era a mesma situação em que se encontrou o biógrafo de Tito Lívio para escrever o livro de sua vida: uma data de Eusébio, alguns pormenores em Sêneca e Quintiliano, duas palavras lançadas ao acaso nas Décadas... Como o historiador de Roma, também Mauá não tinha história.” Segundo Roberto Marinho, em sua discurso de posse na ABL, Alberto de Faria “veio de jornal, como colaborador do Jornal do Comércio, para abrigar-se sob as glórias da Academia, graças ao livro magistral em que soube trazer à luz o caminho de lutas de Mauá em favor do progresso do país”. Sua admiração por Irineu Evangelista de Souza o levou ainda a adquirir a casa que pertenceu ao barão em Petrópolis, na Rua da Confluência nº 03, onde o grande empreendedor faleceu. A Casa do Barão de Mauá, atualmente, é sede da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis.


Antônio Seixas (da Academia Mageense de Letras)

Um comentário: