terça-feira, 4 de outubro de 2011

Copacabana pode ser filha de Suruí

Texto postado pelo historiador Celso Serqueira, em seu site www.serquira.com.br traz à tona uma revelação que pode ser polêmica, mas é bem fundamentada. Segundo Celso, a história da Princesinha do Mar começou em Suruí, distrito de Magé. Ele tem como base um mapa de 1780, com a indicação da "Freguesia de Nossa Senhora de Copacabana" original, no fundo da Baía de Guanabara.

As explicações de Celso tomam a seguinte linha de raciocínio, depois de breve introdução:
  “Numa sesmaria do recôncavo da Baía de Guanabara, concedida a Inácio de Bulhões em 10 de Setembro de 1565, iniciou-se a fundação da Paróquia de Suruí (depois Magepe e atualmente Magé) e a construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora de Copacabana. Com o passar do tempo, as paredes ficaram em ruínas e a pia batismal foi então transferida para uma pequena ermida próxima, construída em 1628.

Em 1710, a pia voltou para a capela, agora reintitulada de São Nicolau do Suruí e reconstruída de forma mais resistente, com paredes de pedra e cal. Em 1776, o oratório original foi levado para a Capela de Nossa Senhora de Copacabana, em Sacopenapã (atual Copacabana, na Zona Sul), que acabara de ser construída. Atualmente, está no Forte de Copacabana.

A Igreja de São Nicolau do Suruí ainda guarda os retábulos do final do século XVIII, incluindo o altar-mor com influência neoclássica que sustenta a imagem de São Nicolau, de origem portuguesa. As pias da sacristia em mármore, a batismal e a de água benta também são originais.

Poderia terminar o artigo por aqui, mas há questões que não dá para ignorar. O fato de poucos conhecerem a verdadeira história de Copa é preocupante, principalmente quando os historiadores tentam encobrir seu desconhecimento com versões estapafúrdias. Para justificarem a nomenclatura de Copacabana, foram buscar ídolos na Bolívia (N. Sra. Morena, N. Sra. da Candelária, o deus Copac Awana), no Peru (a santa Kjopac Kahuana) e expressões indígenas como "copa" e "caguana" em quichua, "copakawana" em aymara arcaico e até o tupi "cuá cocaba ana". Só faltou recorrerem à língua do "P" .

Dizem alguns autores, com base em longas viagens na maionese, que um certo Bispo D. Antonio do Desterro, em 1746, estava num barco que foi emborcado por uma tempestade violenta na altura do Arpoador. Ele fez um apelo à Nossa Senhora da Candelária de Copacabana e prometeu que, caso sobrevivesse, construiria uma capela na praia, em frente ao local do naufrágio. Esta teria sido a origem da igrejinha.

Esse conto fantástico é um plágio pobre da história (idêntica) da Igreja da Candelária, na Av. Pres. Vargas. Os mesmos elementos estão ali - tempestade, navio, promessa, a santa homônima - exceto os protagonistas, que eram marido e mulher em vez de bispo. Difícil de acreditar nessas lendas católicas.

Considerando-se apenas os fatos comprovados e deixando de lado as fantasias e especulações, dá para deduzir que:

1) A família dos poderosos fazendeiros Proença, de Suruí, resolveu homenagear a Nossa Senhora de Copacabana e para isso construiu a capela original.

2) A capelinha em ruínas que havia nas areias de Sacopenapã no séc. 17 era de outro santo qualquer ou mesmo os escombros de um simples oratório dos pescadores e nada tinha a ver com a Nossa Senhora de Copacabana;

3) Somente com a construção da igreja "de verdade", em 1776, no local onde hoje está o Forte de Copacabana, e com a transferência do oratório da santa de Suruí para lá é que a região começou a ser chamada de Copacabana.

Ou seja, a Princesinha do Mar começou mesmo em Magé, antiga Suruí. Novas pesquisas que levem estes fatos em consideração poderão finalmente estabelecer a verdadeira história da praia mais famosa do Brasil”.

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