quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O JOGO DOS PODERES E A DESGRAÇA DO PAÍS

A base do governo federal acaba de avaliar que se o processo de impeachment for de fato aberto, muito pouco se poderá fazer para evitar a saída da presidente Dilma. Uma vez aberto o processo de impeachment, será designada uma comissão para avaliar as irregularidades. E depois que os trabalhos forem concluídos, o pedido volta para a apreciação do Plenário que votará a favor ou não da saída de Dilma Rousseff. Para que o impeachment, seja aprovado, a oposição precisará de maioria qualificada (o voto de dois terços da Casa, ou seja, de 342 deputados favoráveis). No entanto, se o Supremo decidir que a manobra de Cunha e a oposição de deixar que o plenário faça o pedido depois que Cunha rejeite aceitá-lo, seriam necessários apenas  257 deputados para aprovar o impedimento do Governo. É aí que a estratégia de Cunha se revela.
Seja como for, a situação da presidente se complica, porque pode ser que os 180 deputados hoje fiéis ao Governo, na avaliação do PT, não permaneçam ao lado situação, porque a pressão popular pode mudar votos. e porque os aliados podem passar a exigir ainda mais cargos, em troca do apoio. Aí, a complicação se dá, porque a presidência realizou faz bem pouco tempo, uma reforma ministerial, atendendo exatamente a chantagens desses aliados.
Se a avaliação do impeachment passar pela Câmara,  logo seguirá para o Senado. Lá, Dilma tem como aliado o presidente Renan Calheiros e uma base aliada com mais características de base. Porém, se a decisão final chegar ao senado, dificilmente a saída de Dilma será evitável, pois a pressão popular será muito forte, na avaliação dos especialistas políticos. 
Dilma uniu os principais ministros para avaliar como será o contra-ataque na Câmara, e formou uma equipe de juristas renomados que rebaterão os argumentos contra ela. O argumento será que, em qualquer das hipóteses, a abertura de um pedido de impeachment só poderia ser feita com a aprovação da maioria qualificada da Casa. Ela teria até uma outra possibilidade para se salvar, mas demandaria enormes custos políticos. A estratégia seria tentar interferir para que as investigações contra Cunha tomem rumos mais amenos. Para poupar Dilma, Cunha poderia evitar qualquer decisão sobre os pedidos de impeachment. Por outro lado, o presidente da Câmara enfrentaria a fúria da oposição, que faria de tudo para retirá-lo do cargo, e para tanto, contaria com o apoio da opinião pública. O medo da oposição, e ao mesmo tempo uma esperança dos aliados, diz respeito à demora: se o processo de impeachment não ocorrer agora, não deve acontecer mais, porque se estenderia até depois do recesso de fim de ano da Casa. No ano que vem, as articulações políticas começam a se movimentar por causa das eleições municipais. De certo, mesmo, para os analistas políticos, existe a queda de Cunha. Só não se sabe ainda, de que lado ele estará. 

Estratégias... estratégias... jogos. Apostas. A política é um cassino em que os poderes se divertem, ora perdendo, ora ganhando, mas sempre se divertem... e sempre às custas da desgraça do país. Do sofrimento diário desse povo que é o único perdedor, em jogo alheio.

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