segunda-feira, 27 de outubro de 2014

TITANIC BRASIL

Paulo César dos Santos

A corrupção, os desmandos e o "não sei de nada" ganharam inexplicavelmente a eleição presidencial no Brasil. Numericamente ou não; nas urnas ou não, mas ganharam. Com essa vitória, Dilma e sua turma recebem o sim definitivo para que tudo permaneça como está. Para que a Petrobras continue afundando; para que outras edições do mensalão sejam possíveis, a justiça continue fingindo que pune e a alta cúpula governo dê continuidade à frase célebre de que não sabia e continua sem saber.
Não há como entender que milhões de pessoas tenham ido às ruas dizer "Fora Dilma!", na mais extensa, intensa e consistente manifestação popular contra o desgoverno, para depois se contradizer com sua reconsagração. Não é possível que milhões de brasileiros tenham vaiado a presidente pelo caos que vivemos, para ovacioná-la nas urnas, como se nada houvesse acontecido. Ou é; já não sabemos. Já não conhecemos o nosso povo, diante de tanta contradição, se é que houve. Se é que o povo realmente perdeu a memória neste fatídico 26 de outubro. Se não foi assim, que se desconsidere a nossa indignação neste sentido, para se voltar inteiramente contra a máquina de fabricar eleitos convenientes, nos moldes dos interesses de quem manda no país.
Seja como for, aí está o cheque em branco para Dilma e os seus, entre eles o "presidente Lula", chamado assim pela própria Dilma, pois é quem ainda manda. Eis a aprovação do caos. Do salve-se quem puder. Do flagrante naufrágio deste navio cujos comandantes e convidados de luxo se locupletam, sempre com seus botes disponíveis, enquanto a tripulação se acotovela na ignorância, disputando lugares com os ratos de porão. 

Só uma certeza nos abranda em tudo isto: mais de 50 milhões de brasileiros disseram não à presidente Dilma. Os eleitores de Aécio neves entenderam bem o que significa a continuação dos que estão lá. Na verdade não não é uma continuação. É um continuísmo, o que tem outro sentido. Se esse grupo crescer e mantiver acesa a memória, pode ser que daqui a quatro anos o presente grupo saia do poder e haja essa alternância de que todo país precisa para avançar... mas isto só vai acontecer, se ainda houver Brasil.

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