quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Artigo - ANÁLISES DE UM NÃO ANALISTA

Demétrio Sena, Magé - RJ.


Quando a Princesa Isabel assinou a lei áurea, teve lá seu mérito, mas naquele momento e contexto qualquer pessoa, família ou grupo que estivesse no poder, teria que sancionar a abolição. Foi o mundo que aboliu a escravatura; não o Brasil. Aliás, o Brasil foi o último país do continente americano a fazê-lo. Da mesma forma, quando se começou a falar em democracia por aqui, depois dos anos de repressão política, o mundo inteiro pressionava para isso. Mais uma vez, foi o mundo que derrubou a ditadura nos países que já não podiam mantê-la, em nome das boas relações internacionais.
Também não ponho na conta dos últimos governantes brasileiros, o aumento do poder de compra da população e os avanços tecnológicos. O mundo globalizado possibilitou isso. Não há como países em desenvolvimento continuarem na idade média, embora o Brasil, em comparação com os países desenvolvidos e também em desenvolvimento não tenha registrado grandes avanços. Poderia ter acompanhado bem mais o planeta, se a corrupção não fosse tanta. Se os impostos inúmeros e altíssimos não lesassem o povo, em todos os setores da economia, passando pelo consumo obrigatório, de alimentos. Tudo para cobrir a corrupção. Corrupção, inclusive, que tem sido o maior entrave para a distribuição de renda, na visão rústica e simplória deste não economista, não analista, não cientista político, mas alguém. Alguém que anda, respira, lê, observa, tira conclusões próprias, sente os efeitos da realidade que o cerca e separa o país das estatísticas do país que vivencia nos supermercados, nas ruas e nos becos.
Triste poder de compra de pessoas que têm televisores, computadores, Smartphones de última geração, mas nem sempre têm o que comer. Quase nunca têm acesso a uma boa educação. Agonizam e morrem nas filas dos hospitais públicos. Brigam por ocupantes do poder público e por candidatos ao mesmo, enquanto sofrem as mesmas injustiças; recebem os mesmos salários minguados ou nenhum salário, pois o desemprego é flagrante; amargam as mesmas condições precárias de trabalho; vivem sob o clima da insegurança de sempre, observando-se as variações históricas; pagam os mesmos aluguéis ou constroem os mesmos barracos nas favelas.
Dentro desse poder de compra do não essencial, enquanto a comida é cada vez mais escassa e cara, os planos de saúde são cada vez mais caros e enganosos, os problemas de habitação, saneamento, emprego e educação se agravam, vivemos uma pobreza ou miséria de luxo. Uma democracia ditada, que não alcança o nosso conforto, a nossa segurança. O bem estar de cada indivíduo, em todos os itens da sua cidadania. 
Não... o país não melhorou com o Fernando Henrique, o Lula nem a Dilma. O que se alcançou de melhor nos últimos anos, quase tudo ilusório, foi proporcionado pela globalização. E a globalização não foi um projeto de nenhum deles. Quaisquer indivíduos que estivessem no poder teriam que acompanhar, pelo menos um pouco, essa vertente. No mais, observe o Brasil à sua volta, sem as influências do IBOPE, do IBGE, dos defensores ferrenhos deste ou daquele governante ou pretendente; desta ou daquela ideologia ou bandeira partidária.

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