O Brasil perdeu Ariano Suassuna, 87 anos de idade, um dos maores escritores de nossa língua. Suassuna deixa uma extensa obra literária e milhões de admiradores espalhados pelo mundo. Uma grande perda lamentada não somente no meio literário, mas em todos os setores de uma sociedade que o conheceu senão por livros, por meio de filmes e peças teatrais como O AUTO DA COMPADECIDA, originários de suas obras que retrataram o Brasil de formas simples, incontestes e belas.
Com sua morte, logo após a perda de João Ubaldo Ribeiro e Rubem Alves, o mundo das artes e letras brasileiras fica ainda mais triste. Ariano conseguiu misturar o erudito com o popular. Seus romances, peças e poesias poesias remetem a um sertão fantástico e inesquecível, que nos fez amar mais o Brasil e querer ser protagonista de nossa cultura. Suas obras já foram traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.
O governador Pezão, do Rio de Janeiro, foi um dos cidadãos brasileiros que expressaram em palavras o que significa a perda de Suassuna: "O nosso querido Suassuna trouxe para a literatura brasileira a riqueza do interior do Nordeste. Por intermédio de sua arte, levou a milhões de brasileiros mais que palavras e expressões. Mestre Ariano decifrou, com sua sensibilidade, brasilidades. Rendo minhas homenagens a esse grande contador de histórias. Que a genialidade de Suassuna possa servir de inspiração a todos nós! Muito obrigado pelos mundos mágicos que você criou". Escritores, atores, cineastas e artistas de todos as outras modalidades são unânimes em reconhecer a falta que Ariano Suassuna já faz ao Brasil e o mundo.
Entre outros feitos, Ariano Suassuna foi o idealizador do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste brasileiro. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura entre outras expressões.
Uma vida dedicada às letras, à atuação intelectual diversificada e à educação pela literatura:
Academia Pernambucana de Letras
Em 1993, foi eleito para a cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras, cujo patrono é o escritor Afonso Olindense.
Academia Brasileira de Letras
Desde 1990, ocupa a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo.
Academia Paraibana de Letras
Assumiu a cadeira 35 na Academia Paraibana de Letras em 9 de outubro de 2000, cujo patrono é Raul Campelo Machado, sendo recepcionado pelo acadêmico Joacil de Brito Pereira.
Obras selecionadas
- Uma mulher vestida de Sol, (1947);
- Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa, (1948);
- Os homens de barro, (1949);
- Auto de João da Cruz, (1950);
- Torturas de um coração, (1951);
- O arco desolado, (1952);
- O castigo da soberba, (1953);
- O Rico Avarento, (1954);
- Auto da Compadecida, (1955);
- O casamento suspeitoso, (1957);
- O santo e a porca, (1957);
- O homem da vaca e o poder da fortuna, (1958);
- A pena e a lei, (1959);
- Farsa da boa preguiça, (1960);
- A Caseira e a Catarina, (1962);
- As conchambranças de Quaderna, (1987);
- Fernando e Isaura, (1956)"inédito até 1994".
Romance
- A História de amor de Fernando e Isaura, (1956);
- O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, (1971);
- História d'O Rei Degolado nas caatingas do sertão /Ao sol da Onça Caetana, (1976)
Palestras
- Defesa contra a teoria da evolução.
Poesia
- O pasto incendiado, (1945-1970);
- Ode, (1955);
- Sonetos com mote alheio, (1980);
- Sonetos de Albano Cervonegro, (1985);
- Poemas (antologia), (1999).
Nenhum comentário:
Postar um comentário