NADA COMO UMA ELEIÇÃO APÓS A OUTRA

Paulo César dos Santos

 

Não queríamos impor no fim do ano essa mistura de política e clima natalino. É inevitável, tratando-se de um órgão de notícia que tem seu núcleo nesta cidade castigada como quase nenhuma outra em todo o país. Faz pouco tempo que tivemos um fim de ano cheio de esperanças em um novo tempo, com uma nova mentalidade no poder público e a velha nova era de realizações que essa mentalidade faria possível. Realizações definitivas e profundas que mudariam a realidade dos mageenses nas suas prioridades absolutas: em primeiro lugar a saúde, logo depois o transporte público, a educação, o turismo e a geração de empregos. Resolvidas essas questões, aí sim, a espera das outras não seria um sofrimento. Podíamos esperar.

Em pouco tempo a frustração: o novo governo mageenses começou a "arrumar a casa" e essa nunca foi arrumada realmente. Até hoje não houve qualquer ação que melhorasse a saúde que, pelo contrário, só piorou; a educação continua precária como sempre, nossa riquezas naturais estão mais abandonadas do que nunca, o transporte público vai de mal a pior e a propalada geração de emprego e renda foi para o espaço. Tudo absolutamente tudo o que foi prometido não se cumpriu até hoje nem há indícios de que será cumprido. O que vemos são maquiagens: asfalto sobre asfalto, quebração e reconstrução de paredes de hospitais, outras pequenas obras inevitáveis e sem planejamento, que nenhum governo, ainda que que péssimo como este, terá como deixar de fazer. Perdoem o clichê: dever precário de casa.

Mas, além de brasileiros, somos mageenses. Não desistimos nunca. Manteremos nossa esperança em dias melhores, em pessoas melhores que possam assumir o comando desta cidade. Não queremos mais esta velha nova mentalidade no poder, o que significa uma nova busca de possibilidades que não repitam o presente nem revisitem o passado. Podemos errar de novo? Podemos sim, tudo é possível, só não dar mais nenhuma chance a qualquer executivo ou parlamentar (prefeito, vereador, governador, presidente ou deputado) que um dia frustrou nossas esperanças. No caso do Magé, não há ninguém entre os que governaram ou representaram a cidade nas últimas décadas (incluindo as "peças", que hoje exercem mandato), que mereça o nosso voto para qualquer cargo, não importa em qual esfera ou instância.

Voltando à esperança, O REDATOR deseja a cada cidadão mageense um natal de paz, esperança e harmonia, seguido de um ano novo repleto de realizações e novos sonhos plenamente realizáveis. Separemos ao menos estes dias para esquecer as figuras que nos atormentaram da zona de conforto de seus tronos e gabinetes, e nos dediquemos inteiramente às nossas famílias. Quanto ao mais, lembremo-nos de que "nada como um dia após o outro"... e sendo assim, "nada como uma eleição após a outra".