quarta-feira, 5 de setembro de 2012

POLÍTCOS ACUSADOS DE FORMAÇÃO DE QUADRILHA SÃO PRESOS EM GUAPIMIRIM


Quarta-feira. 5 de setembro. Uma grande operação policial  culmina com a prisão de uma organização criminosa formada por membros da Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Guapimirim. O Ministério Público apurou que os criminosos desviavam durante pelo menos quatro anos, mais de R$ 1 milhão de recursos públicos da prefeitura, por mês. Neste pacote, estava incluída a verba de merenda escolar.
Foram presos o prefeito Renato Costa Mello Júnior, o Júnior do Posto,  a subsecretária de Governo licenciada e candidata a prefeita,  Ismeralda Rangel Garcia, entre outros. Junior do Posto recebeu voz de prisão em casa, na Barra da Tijuca. Ismeralda Também foi presa em casa, no bairro Parada Modelo em Guapimirim. Na casa de júnior do Posto foram feitas apreensões ainda não reveladas.  Também foram denunciados o presidente da Câmara dos Vereadores, Marcelo Prado Emerick,  (Marcelo do Queijo), o secretário de Governo Isaías da Silva Braga (Zico), além do chefe do Setor de Licitações da Prefeitura, Ramon Pereira da Costa Cardoso.
A operação, que recebeu o nome de Intocáveis, até então cumpriu sete mandados de prisão e 45 de busca e apreensão, expedidas pela Seção Criminal do Tribunal de Justiça. Outras 11 pessoas foram indiciadas. Entre elas estão três outros vereadores. Pessoas que não exercem poder político, mas que são envolvidas com o poder público da cidade foram também apanhadas e estão com mandados de prisão. Elas tinham, entre outras atribuições, a função de laranjas. Os nomes até agora conhecidos são Ivan Azevedo Valentino, do jornal Gazetão, e Ronaldo Coelho Amorim. Policiais da Draco e da Ssinte estão na Prefeitura e na Câmara de Vereadores de Guapimirim, com o fim de cumprirem mandados de busca e apreensão.
A denúncia recai sobre pelo menos 16 pessoas acusadas dos crimes de quadrilha armada, fraude em licitação, corrupção ativa, coação no curso do processo e peculato. Tudo isso somar até 24 anos de prisão. Entre os denunciados, que ainda não têm mandado de prisão decretada, estão ainda os vereadores Iram Moreno de Oliveira,  Alexandre Duarte de Carvalho e Marcel Rangel Garcia. Segundo informações, eles recebiam mensalmente, valores entre R$ 50 mil e R$ 80 mil cada um, para evitar que as contas da Prefeitura fossem fiscalizadas pela Câmara  de Guapimirim.
O resultado é de uma operação de sete meses de investigação da Draco, a partir de uma denúncia. Pela apuração das investigações, o grupo roubava dinheiro público dos cofres da prefeitura por meio de ações criminosas diversificadas. Havia inclusive, segundo a polícia, veículos particulares em nome dos acusados, que eram alugados para a prefeitura a preços superfaturados. Entre os tais, um automóvel ano 1993 que custava R$ 7 mil por mês aos cofres da municipalidade.
Existem notas fiscais que contabilizam a venda de pelo menos 60 toneladas de carnes por mês para a Prefeitura. Uma quantidade que não correspondia nem de perto à demanda do município nem à estrutura do fornecedor. O mesmo esquema era usado para fraudar compras de pães e outros alimentos para a merenda escolar no município. Durante a realização das investigações, os políticos acusados procuraram policiais da Draco para tentativas seguidas de suborno. A Draco pediu autorização judicial para simular a aceitação de uma propina, e com isso ganhar a confiança dos investigados e conseguir mais provas.
Em 27 de julho, policiais se encontraram com os criminosos em um posto de gasolina de Guapimirim para receber R$ 800 mil, entregues em notas de R$ 100 e R$ 50, como forma de propina pela organização para que as investigações fossem encerradas. O dinheiro foi pelo presidente da Câmara dos Vereadores, vereador Marcelo do Queijo, acompanhado de outras pessoas. Conforme informações, os a partir de janeiro de 2013, os criminosos iriam pagar R$ 20 mil mensais para os policiais, se Ismeralda Rangel Garcia ganhasse as eleições para a Prefeitura de Guapimirim.
A quantia recebida pela Draco na tentativa de suborno foi depositada numa conta bancária, à disposição da Justiça. Renato do Posto, de 35 anos, foi deputado estadual em 1998 (na época com 21 anos de idade) e vice-prefeito de Guapimirim em 2004. Em 2008, foi candidato a prefeito após a candidatura à reeleição de seu tio, Nelson do Posto, ser impugnada pela justiça eleitoral. Ele é filho de Renato do Posto, assassinado em março de 2009. Sua irmã, Renata do Posto, foi deputada estadual, cassada em 2008 por fraude com o auxílio-educação. 
Renato do Posto, por motivos não muito claros decidiu que este ano não se candidataria à reeleição. Resolveu apoiar a candidatura de Ismeralda.

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