sexta-feira, 2 de março de 2012

BRASIL:DÓLAR CONTINUARÁ CAINDO E ATRAINDO ESTRANGEIROS

Com as mudanças anunciadas recentemente, horas depois da ampliação da abrangência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para operações de empréstimo externo de prazos até três anos, a partir de agora, o PA ( Pagamento Antecipado) passa a ter prazo máximo de 360 dias e a origem dos recursos deverá ser o importador. Contratos com mais de 360 dias ou que tenham origem em instituições financeiras ou outras empresas serão considerados empréstimos comuns, motivo pelo qual pagarão IOF, caso tenham prazo de até três anos para quitação.
O operador da Interbolsa Brasil, Ovidio Pinho Soares diz que a equipe econômica está acompanhando criteriosamente os dados disponíveis, antes de tomar as medidas e acredita que esse empenho vai continuar. "Não tenho dúvida de que o BC tem todos os dados e que o governo está fazendo contas para tomar as medidas. Ele não estendeu a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para três anos à toa e também não é à toa essa medida os Pagamentos Antecipados. Uma é a continuidade da outra", afirmou.
De qualquer modo, os dois especialistas estimam que o impacto da medida é limitado, assim como foi a ampliação do IOF. Eles ressaltam que a tendência do dólar é de queda, por causa de uma associação de questões domésticas e internacionais. Enquanto lá fora sobra dinheiro e faltam opções de investimento rentável e promissor, no Brasil as taxas de juros são altas e as oportunidades de ganho são diversas e potencialmente mais rentáveis. Isto quer dizer que, além do diferencial de juros que impele entradas de recursos estrangeiros no País, existe expectativa de crescimento econômico maior do que a média mundial.
"O que se está fazendo é tentar reduzir o dinheiro especulativo, mas a maioria dos recursos não é especulativa e o dólar vai continuar caindo. Os investidores não estão vindo só por causa da arbitragem. O País está sendo uma vitrine e vêm investimentos porque os estrangeiros querem vir para cá. O que o governo faz é tentar controlar a antecipação dessas entradas que decorrem das expectativas positivas e que geram bolas de neve com pressão forte de queda no dólar", afirma Soares.
Serrano concorda e acrescenta que "as medidas só amenizam a queda do dólar porque há motivos que são globais". "O movimento é muito forte e é como tapar o sol com a peneira. As ações do governo e do BC controlam um pouco, mas não mudam o movimento do câmbio. Se o investidor ainda está pensando que aqui há vantagens em relação ao resto do mundo ele vem e coloca o dinheiro", disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário