sábado, 7 de janeiro de 2012

CONSIDERAÇÕES ACERCA DO CONCURSO PÚBLICO DE MAGÉ


Demétrio Sena, Magé – RJ.

A notícia de que haverá um concurso público em Magé causa duas reações na população: Contentamento e desconfiança. O contentamento nasce da perspectiva de uma nova mentalidade no poder público mageense. D esperança de que doravante haverá mais igualdade de condições nas buscas de oportunidades de trabalho em instituições públicas da cidade, o que denota um caso de justiça social.
A desconfiança vem do passado, e um passado não distante. O Município de Magé foi governado durante muitos anos por uma família que sempre arbitrou conforme suas ambições, sobre o que fazer não pelo povo e a municipalidade, mas por ela própria. Uma de suas maiores arbitrariedades era cometida nos concursos públicos. O poder executivo os realizava com o fim específico de fazer caixa, depois contratava funcionários – especialmente professores – para mantê-los como reses de currais eleitorais e fazia os concursos caírem no esquecimento. Logo ninguém tinha nem cobrava notícias.
Tempos depois de cada concurso público frustrado, explodiam as notícias de irregularidades, as provas eram anuladas, os candidatos não tinham a quem recorrer e nunca receberam de volta o que pagaram pelas inscrições. Não adiantava procurar Ministério Público, Justiça Federal nem OAB, pois nada resolvia o problema nem impedia novas fraudes. O poder legislativo, sempre fechado com o executivo acobertava tudo. Evidentemente, não sem obter as vantagens oferecidas em troca da inércia.
Como se vê, as razões imediatas para desconfiar são bem fortes e o Prefeito Nestor Vidal terá que lidar com isto. A notícia boa é de que a gestão ainda fresca do novo prefeito vem ganhando pontos positivos com atos que a população tem aplaudido. De alguma forma, esses pontos podem somar para o sucesso do concurso público. Mesmo temendo, pode ser que as pessoas apostem. E se apostarem, a vigilância popular será muito expressiva. Igualmente a cobrança.
E não acho que o prefeito de Magé tenha motivo para se sentir desprestigiado ao comparar a pressão de que já sofre com a grande acomodação popular que favoreceu as últimas gestões. O fato é que ninguém esperava mais nada daquela gente, mas espera muito da gestão atual. A eleição de Nestor nasceu de um grande “basta” que o povo resolveu dar à velha situação. Isto quer dizer que este povo não tolera mais o que acontecia e não está disposto a deixar que brote nenhuma semente; qualquer semelhança com  o que já vivenciou.
O retorno total da confiança popular nos concursos públicos de Magé só será uma realidade quando este for finalizado em todos os trâmites; das inscrições à posse dos aprovados. Se for observado que não houve facilitações, perseguições ou qualquer outra irregularidade. Se os únicos privilégios ocorridos forem os de lei, como as provas de títulos. Se não percebermos, tempos depois, que todos os amigos, pessoas de confiança e cabos eleitorais de ponta do prefeito estarão efetivados nos cargos altos e médios da municipalidade, aí sim: Consolidaremos a confiança.
Quando falamos em confiança, neste momento nos referimos apenas ao poder executivo mageense. O poder legislativo continua o mesmo: Aquela turma que nada faz de bom pela cidade. Que há muitos anos não realiza um concurso, e se o fizer, por favor, ninguém confie. Sobretudo, trata-se de uma turma que sonha com o retorno da tal família ao poder, e certamente conspira para isso.

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