MOTORISTAS DA RODOBUS SE DIVERTEM COM SOFRIMENTO DE PASSAGEIROS

Júlio, morador de Fragoso e que trabalha em Suruí, relatou ao Redator uma história de abuso que, pelo visto, é apenas mais uma história triste protagonizada pela empresa de ônibus Rodobus, que explora o município de Magé. Ele conta que no dia 1º de dezembro chegou ao ponto de ônibus de sob o viaduto de Suruí às 12h30min para pegar uma condução com destino a Fragoso, e aí começou seu sofrimento: O primeiro ônibus, cujo número ainda conseguiu anotar, era o micro 8010. Ele e vários outros passageiros deram sinal e o motorista, ao invés de parar, acelerou, aproveitando a proximidade de um caminhão para cortá-lo em alta velocidade.

O segundo ônibus, que tinha passageiros para descer, também vinha em alta velocidade e parou a pelo menos cinquenta metros do ponto. Dois passageiros desceram e o motorista foi rápido em fechar a porta e sair cantando pneus, com isso, não dando tempo de ninguém chegar ao ônibus. Mais uma vez, Júlio e os demais voltam a esperar por mais um ônibus, que demora muito. A estas alturas, todos estão muito revoltados e começam a ligar para o número de reclamações da empresa, que também demora muito a atender. Quando atende, cai num fax que fica mudo por longos minutos, consumindo muitas unidades dos celulares, até que alguém surge e atende mal, pedindo excesso de informações, de forma burocrática e exaustiva.

Enfim, surge o terceiro ônibus, cujo motorista também tenta só desembarcar passageiros, mas a essas alturas os que esperavam criaram uma estratégia perigosa e conseguiram embarcar. Era o micro número 11055. Porém, a revolta de Júlio não acabou ali, mesmo estando dentro do ônibus. Isto, porque ele pôde constatar que os motoristas da empresa – mal escolhidos, mal treinados e não punidos por seus excessos – se divertem com situações de humilhação aos passageiros. Ele conta que nos pontos seguintes – aqueles das localidades mais afastadas e humildes – o motorista finge que vai parar, e quando os passageiros se aproximam, acelera dando gargalhadas que são repetidas por um colega sentado no capú.

Reclamações como esta são constantes. Não há um só passageiro satisfeito com a empresa de ônibus Rodobus, em todo o Município de Magé. Motoristas e cobradores não são preparados pela empresa; existe até quem diga que os motoristas não são profissionais. Além disso, os ônibus são precários, os horários são desgastantes, a empresa disponibiliza pouquíssimos ônibus grandes, de duas portas, e pelo que se nota, as reclamações ou não repassadas pelos telefonistas ou a empresa não aplica advertências e punições pelos casos de excessos como os relatados por Júlio.