MAGÉ ESPERA PELA MUDANÇA DE MENTALIDADE NO PODER

Paulo César dos Santos

 

Passa o tempo, e ainda não sabemos qual é a cara do governo municipal de Magé, que se elegeu há pouco sob apupos da população esperançosa em um novo tempo. Uma nova Magé. Nenhuma ação, nenhuma reação, nem mesmo uma logomarca e uma frase de efeito indicando a filosofia ou o carro-chefe de sua gestão.

Acabamos de saber, por fontes internas, que o prefeito está sem autonomia. Sem voz ativa. Dominado pela cúpula do partido e cerceado pela Câmara Municipal de Magé. Como assim? Nestor Vidal foi eleito, consagrado, conduzido no colo da população ao poder máximo da cidade! Poder máximo; certo? Foram mais de oitenta e dois mil votos entre pouco mais de cem mil eleitores! Legitimado por um povo que já não suportava o atraso de um município governado por marionetes. Prefeitos obedientes a caciques partidários ou chefes de clãs. A figurões políticos que fazem da cidade seu parquinho lucrativo de diversões. O seu playground.

Estivemos na campanha, lado a lado com Nestor Vidal. Acreditamos na época, e continuamos acreditando na sua capacidade administrativa, na sua intenção de governar com seriedade e lisura, mas temos medo... Muito medo de quem o rodeia, o que não é nosso caso, pois não o cercamos com cobranças nem interesses em cargos e privilégios, tanto quanto fomos deixados livres; à vontade.

Nestor foi eleito para trabalhar. Desenvolver seu projeto de progresso para a cidade. Não baixar a cabeça para chefões partidários e para a Câmara Municipal. Ele precisa enfrentar os que se impõem como donos de seu mandato e atravancam seu projeto. Impedem o progresso desta cidade que já está enferrujada pelas gestões anteriores que foram uma só gestão, pois a mentalidade era a mesma, estava nas mãos do mesmo clã e não havia compromisso com a cidade. O compromisso era com o enriquecimento pessoal e o acúmulo de poder.

Por favor, nosso amigo prefeito. Tome a frente do seu mandato. Corresponda ao anseio popular. São seus eleitores, e não esses que o amarram, os donos de sua carreira que ora se inicia. Mostre para eles, não para grupinhos internos, a que veio. Estamos falando não como opositores, porque não somos, mas como amigos; companheiros de campanha; imprensa honesta, interessada no bem estar de todos, inclusive no bem estar de todos os órgãos de imprensa honestos desta cidade.

Esperamos pela sua voz ativa. Seu pulso firme, que antes se manifestava. Não desista de governar! De governar mesmo! Não apenas ocupar uma cadeira, um trono, e ser bajulado, ora algemado, pelos que só querem usufruir das benesses pessoais de assessorá-lo, visando carreira política e lucros muito além do sensato.

Seguimos confiando que o senhor há de acordar desse sono inicial para retomar a força de um líder disposto a mudar a história desta cidade! Faça isto, amigo! Queremos falar muito, mas muito bem de seu mandato, não em matérias pagas e obedientes a sua autoridade, mas em matérias que serão verdadeiras. Não elogiosas por compromisso partidário nem por fidelidade a um emprego; a uma boquinha.

No mais, o povo não tem que ter paciência. Quem o elegeu foi um povo impaciente; com pressa de começar a progredir; cansado de palavras demais e atos de menos. Esse povo tem urgência e quer ver o começo; pelo menos o começo da tal mudança que não pode ser apenas de glúteos nas cadeiras do poder... mas de mentalidade.